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Luciano Huck volta à cena, ou talvez nunca tenha saído

Luciano Huck deve se encontrar com movimentos como o Vem Pra Rua, Renovação Br e Agora para o que eles estão chamando de “debate sobre a renovação da política nacional”. A informação foi apresentada em matéria desta quinta-feira, 15 de fevereiro, do caderno de Política do  jornal O Estado de São Paulo.

Ao que tudo indica, a posição firmada pelo apresentador em novembro, de que estaria fora da disputa eleitoral para o Planalto em 2018, pode estar sofrendo alterações. Ou, quem sabe, tudo tenha sido apenas uma estratégia, proposital ou não, para fortalecer o nome de Huck como presidenciável.

Considerando o conceito da “Jornada do Herói”ou “Monomito”, cunhado pelo antropólogo  Joseph Campbell, Huck pode ter feito bem a lição de casa ao ter saído de cena no fim do ano passado e ressurgir agora como a esperança para aqueles que querem uma mudança na política, um novo nome, o “outsider” do qual tanto tem se falado.

Alguns pontos podem ser considerados ao avaliar a posição do apresentador, que pode ser, hoje, ainda mais favorável do que em 2017.

Um deles foi a fala do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso que chegou a afirmar que a  candidatura de Luciano Huck “seria boa para o Brasil”, pois apesar de gerar murmúrios no ninho tucano, serviu para trazer novamente o nome do postulante ao Palácio do Planalto aos holofotes.

A condenação do ex-presidente Lula pela desembargadores da 8ª Turma do TRF-4 pode ser outro fator favorável à Huck. Não que ele seja um nome para a chamada esquerda, mas com certeza tem um apelo popular muito grande em regiões onde o ex-presidente sempre navegou de forma quase que tranquila. Além disso, seu posicionamento como o novo, o fora da política, a mudança pode, quem sabe, ser um contraponto a  Jair Bolsonaro. Afinal, de todos os presidenciáveis que hoje se colocam à disposição do eleitor, sem dúvida que o Deputado do Rio de Janeiro é o que melhor se utiliza do discurso pela mudança que o país precisa para sair dessa posição ingrata que nos foi imposta ao longo dos anos pela corrupção e pela impunidade.

São ingredientes que podem, aos poucos, irem se somando e deixando o quadro ainda mais favorável ao apresentador.

Quanto à sua vontade em ser ou não candidato, pelo que parece, ela está aí. Na verdade, o mais provável é que ela nunca tenha ido embora. Seja por orientação de algum  consultor em marketing político, seja por “feeling”de comunicador, seja, apenas, por um acaso, sua saída de cena o fortaleceu. E, mais forte, hoje se ressurge como uma das vertentes com perspectivas reais, por mais que alguns acreditem que na hora da definição, outros fatores, como a carreira, possam pesar em sua decisão por uma candidatura ou não.

O certo é que as cartas estão à mesa, e sua possível linha de discurso, talvez, já esteja sendo traçada, como se pode constatar ao ler um trecho da carta que, segundo a matéria do Estadão, ele teria recebido dos movimentos convidando-o para o encontro: “(…) Sem mudar os atores/representantes, não mudamos o roteiro e o enredo da política. A mudança começa com novos personagens comprometidos em construí-la. Temos janela propícia à renovação”.

Aguardemos as cenas dos próximos capítulos.