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As eleições municipais e alguns ensinamentos quanto a internet

As eleições municipais se encerram no dia sete de outubro na grande maioria das cidades brasileiras. O segundo turno a ser disputado no dia 28, ainda movimenta algumas capitais e cidades do interior, mas percebe-se que o clima já não é o mesmo do primeiro turno. Como era de se esperar, a internet foi palco de discussões calorosas e de local de pesquisa por parte daqueles que quiseram, e ainda querem, saber mais antes de decidir o voto.

Uma das coisas observadas foi que as discussões calorosas foram mantidas muito mais por militância do que por pessoas que se engajaram nas campanhas. O engajamento, claro, houve, mas em uma proporção bem menor do que poderia.

O importante é entender que a internet foi partícipe do processo eleitoral em 2012.Talvez ainda não da forma como gostaríamos e esperávamos, mas foi um começo interessante. Digo começo, pois em 2010, as restrições e o fato de termos uma campanha presidencial, talvez não tenham permitido explorar a internet e as redes sociais a partir de todo o potencial que possuem.

Também como era esperado, a utilização de fakes foi algo marcante nessa disputa. Por todos os lados, em praticamente todas as cidades, a sujeira da campanha eleitoral ficou a cargo desses personagens que nada somaram, apenas serviram para fomentar ações eleitorais, numa demonstração clara de que ainda engatinhamos em relação à política, às campanhas e, consequentemente, no uso da internet.

Como primeira participação direta nas campanhas municipais, a internet e as redes sociais, a meu ver, cumpriram com o seu papel. Se não foram utilizadas de forma melhor, muito se deu por falta de entendimento de parte dos candidatos e de muitos marqueteiros, de como poderia ser utilizada. Isso influenciou diretamente na formação de equipes e nos recursos financeiros destinados à campanha na internet.

Infelizmente, muitos ainda acreditam que a campanha na rede se resume ao Facebook. Sim, essa ferramenta foi importante, mas ao pensar e só dar atenção a ela, se perdeu a oportunidade de se explorar tudo o que a internet pode nos proporcionar para promover o engajamento.

Assim como ocorre no mundo dos negócios, a maior preocupação dos candidatos foi com o número de seguidores e não com o engajamento. Em números, com certeza, muitos candidatos obtiveram êxito, mas em relação ao engajamento, nem todos conseguiram obter o que esperavam, até por nem sabem exatamente o que isso significa.

Terminada a campanha, vitoriosos e derrotados se depararam com uma grande dúvida: o que fazer como material disponibilizado na rede, o que fazer com perfis e fanpages? A resposta é simples: seu trabalho foi honesto, sincero e transparente. Foi real? Se foi, não há motivo para abandonar o que já foi realizado, pelo contrário, deve ser mantido e incentivado. Agora, se foi apenas eleitoreiro, fique tranquilo, faça o que sua consciência mandar. Só não esqueça de que o internauta, o eleitor vai saber que tudo não passou de campanha, apenas isso. E na próxima, ele pode levar isso em consideração.