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Principais falhas dos políticos nas mídias sociais
Há pouco menos de um ano para as eleições municipais, as pré-campanhas já estão nas ruas. Reuniões, encontros, definições sobre partidos, alianças, tudo isso já está ocorrendo. Pois bem, o pleito de 2012 ganha uma nova silhueta em decorrência da utilização da internet. Em 2008, ela pôde ser utilizada de maneira discreta. Apenas em 2010, nas eleições presidenciais, ela foi liberada de forma mais abrangente. Muitas incógnitas existiram naquele momento, e muitas ainda persistem. Em tempos de mídias e redes sociais, elas são cada vez maiores.
Um dos grandes questionamentos é como tirar melhor proveito da internet e das mídias sociais nas eleições? Sendo assim, vamos discorrer sobre o fato e tentar achar algumas poucas respostas, que, diga-se de passagem, não são definitivas, e nem sei se um dia serão. São apenas algumas breves observações.
Como muito pode ser falado sobre o tema, vamos dividi-los em alguns posts. No de hoje abordaremos algumas possíveis falhas cometidas por boa parte dos políticos, de maneira geral:
– Meu sobrinho vai cuidar disso
Seja sobrinho, filho, amigo, é comum ver muitos políticos e pré-candidatos acharem que o fato de certas pessoas entenderem de computador, mexerem e fazerem parte de mídias sociais, eles estão aptos a realizarem o trabalho de gerenciamento de mídias sociais em suas campanhas. Tolo engano. Neste caso, estamos falando de comunicação, que vai além de entender apenas de computador, possui princípios e regras e, como tal, precisa ser planejado.
A comunicação digital de uma campanha não ocorre de forma isolada, faz parte de toda uma estrutura que precisa ser pensada, com objetivos claros e métodos a serem seguidos, caso contrário, os efeitos podem ser piores do que se imagina para a imagem do candidato que despreza essa regra.
– Serei o novo Obama
É preciso entender que o que houve nas eleições do presidente americano atendeu às características das eleições naquele país, que são totalmente diferentes das do Brasil. Aqui, as mídias sociais vão ser importantes, mas ainda é pouco provável que sejam decisivas. As eleições de 2010 já foram uma demonstração disso. As mídias e redes sociais tiveram relevância, mas ficaram longe de ser decisivas, e isso deve se repetir em 2012.
– Não preciso estar na rede, não é meu público-alvo
Essa colocação já foi feita, em algum momento, por alguns políticos que ainda não entenderam o papel que a rede mundial de computadores terá nas próximas eleições. Prova clara disso foi o caso que envolveu, recentemente, o vereador de Taubaté, Rodson Lima, que foi para o Facebook e fez um comentário que repercutiu nacionalmente. Por vezes, o vereador já havia dito que as redes sociais não o preocupavam, talvez por acreditar que seu eleitor não é adepto das novas tecnologias. Porém, as mídias sociais, assim como são pautadas pelas mídias tradicionais, também as pautam, e, neste caso, o que era apenas um comentário, se transformou em uma grande dor de cabeça.
As pesquisas apontam que cerca de 70% da chamada classe C está na rede, logo, o eleitor em potencial está acessando o que puder e quiser sobre os possíveis candidatos.
– Não quero responder às críticas, somente aos elogios
Outra colocação já dita, com certeza, por muitos políticos. Vários ainda acham que podem, nas mídias sociais, controlar, ou apenas responder ao que lhes interessa. Ledo engano. A rede é democrática, e dá voz a pessoas que no passado não tinham como se expressar e nem como questionar.
Hoje, isso ocorre diretamente, e se o papel das redes e mídias sociais é gerar relacionamento, o político erra ao achar que vai gerar relacionamento agindo de forma unilateral. Esse tempo acabou, não existe na internet, se o candidato não entender isso, vai dar um passo importante para fracassar na rede.
Esses são alguns dos pontos que podemos destacar sobre o assunto, mas ainda há muito mais. O tema é instigante e complexo. Muito ainda pode ser, e vai ser, dito aqui neste espaço, pois, a proximidade das eleições vai proporcionar muitas discussões a respeito da utilização correta da internet e das mídias e redes sociais por políticos e profissionais de comunicação.